FAQs

Encontre resposta para a sua dúvida:

- Na terapia vou receber conselhos?

O objetivo é permitir que você se conheça melhor, que altere a sua forma menos adaptativa de pensar, sentir ou agir e que lhe causa sofrimento psicológico. Não se trata de dar conselhos, mesmo quando são sugeridas estratégias para lidar com desafios: as decisões são sempre suas, simplesmente serão mais esclarecidas com o apoio de modelos do comportamento e desenvolvimento humano.

- Poderei obter medicamentos para ajudar?

Sim, mas não prescritos pelo psicólogo. Essa tarefa compete ao/à médico/a psiquiatra, idealmente; quanto muito, ao clínico geral. Na medida em que este consultório de psicologia colabora com um outro de psiquiatria, poderá usufruir de um atendimento multidisciplinar se necessário e por si desejado. O trabalho do psicólogo e da psiquiatra não coincide, é na realidade complementar, pois parte de modelos de entendimento e de mudança diversificados.

- Se é só conversa, por que não basta falar com amigos?

Não é de todo uma conversa normal, nem é apenas conversa. O psicólogo recorre por vezes a instrumentos de avaliação e de intervenção que vão orientar o processo de ajuda de que vai usufruir. Além disso, a forma como vai ler a sua situação não é comparável à forma como os amigos lêem, a começar pela objetividade a a acabar nas grelhas de leitura proporcionadas pelos modelos de compreensão do ser humano. O que lhe vai dizer é da mesma forma orientado por décadas de investigação. É razoável esperar que sejam estabelecidos objetivos para o decorrer do processo, no sentido de poderem ambos trabalhar para os alcançar. Adicionalmente, com um bom psicólogo tem a garantia da confidencialidade e de que não será alvo de julgamentos de valor.

- Vou sentir-me inferior às outras pessoas ao revelar os pensamentos que me atormentam?

Todas as pessoas têm pensamentos que as atormentam. Psicólogo incluído, pois atrás do profissional há também uma pessoa sujeita ao mesmo processo de desenvolvimento. Nunca será julgado/a, e muito menos desvalorizado/a. Pelo contrário, o objetivo é o de (re)encontrar e reforçar tudo o que pode, e deve, gostar em si.

- Preciso ser maluco para ir ao psicólogo?

A palavra não é justificável, pois não tem base científica. Na realidade, nem sequer precisa ser diagnosticado com uma perturbação mental para frequentar as consultas de psicologia. Mas mesmo que tivesse um diagnóstico à partida, isso só significa que quando está doente procura ajuda, seja a maleita do corpo ou da mente. Corpo e mente tendem constantemente para a doença em todas as pessoas, simplesmente têm ambos alguma capacidade de reequilíbrio; contudo, esta tem os seus limites. Certamente não deixa de ir ao médico quando uma dor física o/a incomoda, então porque deixaria de o fazer se a dor é psicológica? Em vez de vergonha, o sentimento correcto é orgulho, por conseguir tratar de si. Quando sentir que está a hesitar, é porque ainda não ficou completamente debilitado/a, mas se insistir que não precisa de apoio o mais provável é chegar a esse extremo.

- Corro o risco de outras pessoas saberem da minha vida?

A regra número um é a da confidencialidade. O sigilo profissional está aliás regulamentado no código deontológico que rege a profissão. É possível contudo que alguns aspectos de certos casos difíceis sejam discutidos entre colegas de confiança, no sentido de reassegurar a melhor abordagem. Estes colegas partilham da mesma regra de confidencialidade, mas mesmo assim nenhuma informação que possa identificar a pessoa é partilhada. Tudo o que o psicólogo faz a respeito do seu caso tem de ter o seu consentimento informado.

- E se nos encontrarmos num contexto social?

Nunca verá revelada pelo psicólogo a relação profissional que tem consigo. Pode mesmo acontecer que este não tome a iniciativa de comunicar consigo a não ser que você o faça primeiro. E mesmo assim não mencionará que é seu terapeuta, exceto se você o fizer. Sendo assim, não há motivo para ficar constrangido/a, sinta-se à vontade para o cumprimentar ou para o ignorar, conforme desejar. Pode até combinar esse pormenor previamente, se este aspecto o/a preocupa. Sinta-se aliás à vontade para abordar qualquer questão que seja para si importante na relação com o psicólogo.

- Basta ir às consultas para ficar melhor?

Não basta ir, tem de participar ativamente no processo. Não só porque a descoberta resulta de um trabalho conjunto, de colaboração como equipa (o psicólogo não tem nenhum dom mágico de interpretação ou adivinhação), como também a mudança só é possível de se concretizar em você, esteja no consultório ou nos contextos da sua vida quotidiana onde a coloca em ação. É de notar, além disto, a importância de manter a regularidade do acompanhamento, pois se numa sessão pode sentir que não fez progresso ou foi uma experiência desconfortável, na seguinte pode descobrir que afinal foi um passo atrás necesssário para conseguir dar dois em frente.

- Se for uma vez, depois tenho de ir muitas mais vezes?

A duração e a frequência da terapia dependem sempre de si. Na realidade, antes disso dependem também do seu caso específico. É razoável perguntar sobre o que pode esperar na primeira ou segunda sessão. O aconselhável varia entre uma consulta e alguns meses ou mais, dependendo do problema de partida e do progresso conseguido. É também aconselhável que sejam ambos francos quando concluirem que é altura de finalizar.

- Como saberei se estou a ser bem acompanhado?

Mais importante do que a qualificação do terapeuta, é a adequação, ou qualidade da relação, que sentirá; em particular, o grau em que se sente compreendido/a e apoiado/a, mesmo quando tem de ser por vezes desafiado/a. Adicionalmente, é expectável que sinta em si progressos na direção que desejava.

- Poderei voltar mais tarde se parar a terapia?

O ideal é que as consultas terminem com o seu bem-estar recuperado. Ainda assim, e porque a vida prossegue o seu curso e mantém os seus desafios, pode usufruir de consulta de reforço quando desejar. Caso interrompa o processo e mais tarde queira retomar, não se sinta constrangido/a: o psicólogo compreenderá perfeitamente.

- O que ganho com as consultas?

O objetivo é que saia da terapia com um equilíbrio reconquistado, com uma nova compreensão de si e da realidade, e com novas formas de agir, que saia com um novo poder, e isso fica consigo para lidar com o presente mas também para o resto da vida.

José M. Oliveira
© José M. Oliveira
Maira Gall